Grande Responsabilidade

16 de maio de 2018

Senta que lá vem resenha: Vingadores: Guerra Infinita

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  Vingadores: Guerra Infinita é o mais aguardado filme do Marvel Cinematic Universe, conta com a maior reunião de heróis numa mesma historia e finalmente mostra Thanos em ação, que busca todas as seis Jóias do Infinito para acabar com metade do universo e assim trazer balanceamento para todos que vivem nele. Esta resenha tem spoilers leves.


  É dirigido por Joe e Anthony Russo e foi escrito por Christopher Markus e Stephen McFeely
   
  O filme introduz Thanos (Josh Brolin) de uma maneira cheia de tensão, o início conecta-se de imediato com o final de Thor Ragnarok mostrando quão poderoso e ameaçador o titã é. Uma apresentação assim nos primeiros minutos do filme foi uma ideia ótima, pois estabelece o poder de um vilão que antes não havia feito muita coisa além de dar ordens em seu trono espacial.

  Este não é um filme dos heróis, é um filme do vilão, são diversas as cenas em que ele aparece e sempre faz algo grande que impacta a história. Sejam flashbacks ou coisas acontecendo no presente, Thanos é um vilão extremamente bem desenvolvido que não cai na pobre motivação de que ele quer destruir o universo só por ser "do mal". Ele tem argumentos que fazem sentido, mas que não necessariamente sejam bons para toda a vida no universo.
  
  
  Com a ameaça iminente chegando, os heróis da Terra tem que se unir uma vez mais para impedir que o titã consiga todas as Jóias e o espetáculo na tela é extremamente divertido. Temos Vingadores misturados com Guardiões, Wakanda entrando em guerra com criaturas alienígenas, Dr. Estranho (Benedict Cumberbatch) enfrentando dois membros da Ordem Negra. Os diálogos e as tiradas ficaram na medida certa da diversão e da sensação de que finalmente todo mundo está reunido.
  
  Os elementos de crossover são bem executados, pois os personagens conseguem brilhar em momentos que requerem uso de suas habilidades e isso que é notável no filme, essa ótima divisão de tarefas. Claro, o Homem de Ferro (Robert Downey Jr.) tem mais presença, mas isto já era de se esperar de um personagem que é praticamente o principal do MCU.

 Os Guardiões da Galáxia não perderam o tom mesmo estando em um filme diferente. A música que da vida à introdução deles é marcante e toda a interação que eles tem uns com os outros é excelente.
  
  As cenas de ação são frequentes e sempre envolvem personagens distintos, todas são bem encaixadas no desenvolver da trama. Temos lutas dos heróis contra a Ordem Negra, contra o Thanos e uma grande guerra. O filme fez questão de proporcionar ao espectador lutas variadas e não exageradamente extensas ao ponto de ficar cansativo.

  
  Há anos atrás imaginar que uma cena de luta em que o Homem-Aranha (Tom Holland) joga teia na cara do Thanos seria vista em uma tela de cinema era impossível, até este filme. É ótimo notar o quanto o MCU cresceu, onde havia apenas Homem de Ferro agora há todo um panteão de personagens, igual o universo nas HQs.

 Thor (Chris Hemsworth) é outro personagem que cresceu muito. Foi de um herói que quase nenhuma pessoa ligava para um dos favoritos, pois finalmente a Marvel decidiu transformar ele no verdadeiro deus do trovão que ele já demonstrava ser nas HQs.
  
  A qualidade do filme é impressionante, Thanos está incrivelmente detalhado, fazendo todas as suas cenas terem o peso de que ele realmente está lá fisicamente na frente dos heróis. A Ordem também ficou caprichada, mas o grande trunfo do filme está mesmo no nível de CGI do vilão principal. Impecável.

 Apenas algumas pequenas coisas que infelizmente deixaram a desejar. Em certas partes com Bruce Banner (Mark Ruffalo) na Hulkbuster, ficou óbvio de que aquilo era uma cabeça de CGI grudada na armadura, a ponto de se destacar demais na cena. E sobre o mesmo personagem, quando ele fala com Hulk (que está se recusando a surgir), exageraram no uso do elemento cômico na fala de Banner, ficou como se ele estivesse falando com uma criança do pré.

 Steve Rogers (Chris Evans), apareceu em cenas muito boas, mas ficou um pouco de lado na trama deste filme comparado com Tony Stark. Porém os irmãos Russo prometeram que ele terá enfase maior no próximo.

 Sim, as piadas estão presentes neste filme, muitas. Mas isto não é um ponto negativo, 99% delas foram bem colocadas através do filme e em nenhum momento estragam pontos dramáticos da história. Principalmente no final, que é um dos momentos mais sombrios do MCU, não há nenhuma piada fora de mão para aliviar a tensão, é puro silêncio.

  
  Enfim, Guerra Infinita é um grande evento para o MCU. Uma história que aprofunda o vilão mas que também balanceia a presença dos heróis e prepara para uma conclusão incrível no futuro Vingadores 4. É um filme divertido, épico e que você nem vê o tempo passar. Nota 9/10.

"Sr Stark, eu não me sinto muito bem...".

15 de maio de 2018

O hiato que se mostrou necessário

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  Olá, pessoal. Faz muito tempo que eu digito algo aqui, não é mesmo? Desde o fatídico dia de lançamento de Liga da Justiça contra o Bigodão do Mal. Eu não sei se existem muitos fãs por aí, se existem muitos leitores esporádicos, mas eu queria esclarecer umas coisas.


  Sendo direto, desanimei do blog. Acredito que precisava um pouco desse tempo dedicado a mim e a organizar as coisas que se passavam na minha cabeça. Calma, nada sério aconteceu, mas as vezes precisamos dar um tempo de algumas coisas. Hoje senti que escrever aqui realmente me animava e que essa é uma parte da minha vida que eu necessito de volta, para me manter distraído e também para ser produtivo em algo.

  Alguns amigos meus chegavam para mim e perguntavam "E o seu blog?" "Desistiu?" e eu só falava que estava dando um tempo. E eu acredito que esse tempo chegou ao fim.

  Eu agradeço a todos os leitores do meu blog que sempre me visitaram, os comentaristas e os silenciosos também. Gostaria que sempre voltassem e me ajudassem a divulgar quando puderem. Já me ajudariam muito. Um dos meus erros foi fazer os textos esperando 9999 visualizações, sendo que eu devia me concentrar em só fazer algo que eu gosto, com qualidade. Felizmente aprendi com meus erros e sou uma versão melhor de mim mesmo.

 Resumindo, eu irei voltar com minha resenhas! Uhu! No próximos dias postarei a resenha do grande Guerra Infinita e quem sabe essa semana também a de Deadpool 2. Fiquem ligados, galera!

18 de novembro de 2017

Senta que lá vem resenha: Liga da Justiça

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 Liga da Justiça é um filme do gênero ação/super-herói dirigido por Zack Snyder e com roteiro de Chris Terrio e Joss Whedon. Em seu elenco temos Ben Affleck (Batman/Bruce Wayne), Gal Gadot (Mulher-Maravilha/Diana Prince), Henry Cavill (Superman/Clark Kent), Ezra Miller (Flash/Barry Allen), Jason Momoa (Aquaman/Arthur Curry), Ray Fisher (Ciborgue/Victor Stone), Ciarán Hinds (Steppewnolf), Jeremy Irons (Alfred Pennyworth), Amy Adams (Lois Lane), Diane Lane (Martha Kent) e J.K. Simmons (Comissário Gordon).



 Logo no início nota-se que o clima pesado e dramático de Batman v Superman é trocado por um tom leve e divertido, tanto que este filme parece um episódio de duas horas do clássico desenho da Liga que passava na TV. A alma da história são os integrantes da Liga, todos são carismáticos e tem um papel de destaque na trama, que é consistente em qualidade.

 Batman é esperto e o líder. Mulher-Maravilha é o ponto moral do grupo. Aquaman demonstra um grande senso de dever na hora certa. Flash proporciona a maioria dos momentos de alívio cômico enquanto Ciborgue, antes isolado, encontra um lugar que se sente bem como é.

 Os atores dominaram bem seus respectivos papéis. Affleck continua ótimo como Batman, assim como Gadot que sempre transmite a bondade e firmeza de Diana. Miller cativa sendo engraçado e hiperativo, Momoa é um Aquaman estiloso que impõe respeito e Fisher apresenta com qualidade um Ciborgue que sofre para aceitar seu estado atual.


 Todos os membros do grupo tem suas qualidades, mas também defeitos e receios, que os tornam humanos. Conforme a história avança, eles criam laços e evoluem como heróis para, no fim, se tornar a Liga da Justiça. É interessante notar em como eles tem um ótimo entrosamento, como por exemplo a hora em que Flash empurra a espada de volta para Diana, Ciborgue pegando Aquaman no ar e Superman e Flash salvando as pessoas no ato final.

 A história é simples. Steppenwolf retorna à Terra e quer unir as Caixas Maternas para dominar o mundo. Em um filme que é centrado na evolução de seus personagens, esta foi uma saída que precisaram tomar, porque a história foca no crescimento dos heróis ao custo de dar profundidade para o vilão. Mas a trama poderia ter usado uns minutos a mais para fazer os personagens e o espectador retomarem o fôlego.

 Steppenwolf não é o ponto forte do filme. Ele é um personagem extremamente básico, feito apenas para guiar a trama e proporcionar cenas de ação. O monstro pode não ser um exemplo de vilão complexo, mas suas cenas, principalmente as de luta (detalhe para a sequência em Themiscyra), são ótimas de ver.


 A ressurreição do Superman ocorre graças a uma ideia do Batman e todo o seu desfecho acaba sendo um dos melhores momentos de JL. Só de poder ver o homem de aço dominando três membros da Liga de uma vez e lutando na velocidade da luz com o Flash já foi um presente e tanto para o espectador.

 Logo após ele se recuperar e colocar a cabeça no lugar, finalmente os fãs puderam ver o Superman que todos esperavam. Snyder cumpre sua "trilogia", mostrando a origem do herói, seu momento mais desesperador e sua ascensão. O herói está em paz, ri e esbanja carisma.

 Infelizmente, é possível notar o uso questionável de CGI (no começo com o Superman falando) para esconder o bigode de Cavill. No final do filme, faltou mostrar ao espectador o impacto que a volta do Superman teve na sociedade como também o da Liga se unindo e salvando várias pessoas, um peso nos acontecimentos era necessário.

 Tirando os temas principais da Trindade, a trilha sonora de Danny Elfman não mostrou inspiração. A ausência das grandes músicas feitas por Zimmer foi sentida, pois optaram por algo mais genérico, diferente de Man of Steel e BvS.


 Concluindo, Liga da Justiça é um filme que tem coração. Após um capítulo obscuro, proporciona esperança e direciona o DCEU para um futuro brilhante, colocando os heróis exatamente onde devem estar e abrindo espaço para eles crescerem ainda mais. Nota 7/10.

7 de novembro de 2017

Senta que lá vem resenha: Thor: Ragnarok

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 Thor: Ragnarok é um filme do gênero super-herói/comédia, dirigido por Taika Waititi e com roteiro de Eric Pearson. É estrelado por Chris Hemsworth (Thor), Tom Hiddleston (Loki), Cate Blanchett (Hela), Mark Ruffalo (Bruce Banner/Hulk), Idris Elba (Heimdall), Jeff Goldblum (Grande Mestre), Tessa Thompson (Valquíria), Karl Urban (Skurge) e Anthony Hopkins (Odin).


 Thor precisava disso. Ragnarok é um filme que combinou tão bem o humor em um mundo cheio de cores e coisas estranhas, (homenageando Ditko/Lee) que chega a ser impossível julgar este como parte de uma trilogia. É uma obra que se destaca positivamente dos filmes anteriores porque saiu da tentativa de fazer algo épico pendendo para genérico e abraçou o ridículo, a diversão no MCU.

 O humor utilizado não cai na categoria forçada, pois a maioria das piadas encaixa com o contexto e com os personagens. Hemsworth abraça seu talento para comédia e entrega a melhor versão do herói que o espectador viu em tela até agora. O Thor sem sal, sério e apagado dos filmes anteriores sai dá espaço para um personagem enérgico e carismático.

 Todos os personagens maiores, desde Valquíria, Hulk, Loki tem interações tanto importantes quanto engraçadas. A alma da historia consiste nas interações entre todos e Waititi acerta produzindo um filme que não perde o ritmo um segundo sequer, sempre trazendo algum desafio novo.


 As cenas de ação não são o ponto forte de Ragnarok. Excluindo a aguardada luta entre Thor e Hulk, o resto dos combates mostram-se esquecíveis porque não tem o mesmo peso de dois Vingadores se enfrentando. O centro deste filme é no espetáculo visual, nos personagens e na trilha sonora lembrando um filme dos anos 80.

 Hela é uma vilã bem interpretada e seu design é ótimo, apesar de cair mais uma vez na categoria de vilão desperdiçado que aparece apenas em um filme, sua presença em todas as cenas que aparece é poderosa graças a qualidade na atuação de Blanchett.


 Os três guerreiros e amigos de Thor infelizmente foram decepcionantes na historia. Fandral (Zachary Levi) e Volstagg (Ray Stevenson) foram mortos como se fossem capangas da Rita Repulsa e o único que mostrou certo desafio foi Hogun (Tadanobu Asano), mas que sofreu o mesmo destino.  

 Os três e Sif (Jaimie Alexander) (que misteriosamente sumiu da historia sem explicação) nunca tiveram um papel importante após o primeiro filme, diferente de suas contrapartes nos gibis. O fato deles serem descartados tão rápido e Thor nem sequer mencionando-os no final, mostra que infelizmente o MCU não dá a mínima para eles.

 O ragnarok, o fim do mundo na mitologia nórdica, foi tratado como uma saída de roteiro simplista para ter um encerramento "marcante", mas poderia ter sido um acontecimento maior, dado que está no título do filme. E o humor apesar de bem-vindo em sua maioria, quebra a dramaticidade em algumas partes, como na destruição de Asgard em que Korg (Taika Waititi) faz um comentário tentando ser engraçado.


 Enfim, Thor: Ragnarok é o único filme realmente bom e divertido do filho de Odin, porque abraça sua parte no universo e não fica preso a tramas limitadas na Terra. É um espetáculo visual, tem diálogos bem (improvisados) colocados e nem deu pra notar o tempo passar. Nota 7/10.

25 de setembro de 2017

Senta que lá vem resenha: Em Ritmo de Fuga

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 Baby Driver (ou como ficou aqui no Brasil: Em Ritmo de Fuga) é um filme de ação escrito e dirigido por Edgar Wright. Em seu elenco temos Ansel Elgort (Baby), Kevin Spacey (Doc), Lily James (Debora), Jon Bernthal, Eiza González (Darling), John Hamm (Buddy), Jamie Foxx (Bats) e CJ Jones (Joseph).


 A historia do filme é enérgica e apresenta personagens interessantes pois cada um traz uma química diferente para a trama, o que serve para deixar o filme em um modo de "auto-renovação" do início ao fim. Por exemplo, Doc é o clássico manda-chuva, Buddy e Darling tentam ser amigos de Baby ao ver que outras pessoas não são capazes de entender seu jeito e temos Bats que constantemente encrenca e cria problemas.

 Como a interação entre estes diferentes personagens funciona naturalmente, Wright coloca momentos de humor que funcionam sem tirar o foco da trama. Não existem cenas encaixadas de forma barata apenas para fazer o espectador rir, mas sim momentos em diálogos e acontecimentos dentro do fluxo da trama que mantém tudo nos trilhos sem perder a compostura.

 Baby é um personagem, no começo, misterioso e calado, lembrando o personagem principal do filme Drive, interpretado por Ryan Gosling. Graças ao carisma na atuação de Elgort, o personagem cativa desde o começo com sua atitude diferente e que envolve conforme ele se deixa levar pelas músicas.


 Um dos charmes do filme é o fato de que o vilão nunca é estabelecido desde o começo. Quando a historia apresenta Doc, o espectador é levado a entender que ele é o vilão principal, depois Bats assume este papel e para encerrar o verdadeiro antagonista aparece na forma do carismático bandido Buddy que perde a linha após sua esposa ser morta.

 A trilha sonora é o coração do filme. Em pelo menos 99% das cenas alguma música está tocando, mas como se isso não fosse suficiente para o diretor, o filme esbanja de momentos que acompanham o ritmo e a letra da música. Sejam em momentos de diálogos, carros ou cenas de ação, a música permeia todo o mundo de Baby e adiciona uma personalidade criativa e enérgica para a historia.

 É interessante notar que tudo o que aconteceu teve um peso na historia, grande ou não. Algum acidente, tiro, diálogo, tudo impacta os personagens e o mundo em volta deles e isto é muito bem-vindo em uma era cheia de filmes de ação que não tem essa sensação de urgência real ou de desenvolvimento de personagens.


 Edgar Wright é um ótimo diretor e apenas reforçou isso com Baby Driver. O filme é divertido, o ritmo é balanceado, os personagens são ótimos e a trilha sonora é animada e enérgica. Nota 10/10.

14 de setembro de 2017

Senta que lá vem resenha: Piratas do Caribe - A Vingança de Salazar

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 Piratas do Caribe - A Vingança de Salazar é o quinto filme da famosa franquia de piratas da Disney. No elenco temos Johnny Depp (Capitão Jack Sparrow), Kevin McNally (Joshamee Gibbs), Geoffrey Rush (Hector Barbossa), Javier Bardem (Capitão Salazar), Brenton Thwaites (Henry Turner) e Kaya Scodelario (Carina Smyth). Foi dirigido por Joachim Rønning, Espen Sandberg e escrito por Jeff Nathanson.



 A trama do quinto filme é fraca e tem um roteiro feito sem inspiração, em que os protagonistas precisam procurar o Tridente de Poseidon que quebra todas as maldições dos mares. Henry Turner quer livrar seu pai do Holandês, Jack Sparrow quer livrar-se do vilão, Salazar quer se vingar de Sparrow e livrar-se de sua maldição e Barbossa quer o tridente para matar Salazar.

 É neste ponto que o filme gera mais perguntas que esclarecimentos. Se este tridente quebra (não se sabe por qual razão) todas as maldições existentes no mundo, porque nenhum personagem sequer menciona ele nos outros filmes? Como o pequeno Will encontrou o Holandês e foi capaz de simplesmente "mergulhar" pro navio? Este é mais um infeliz exemplo de um filme feito sem paixão, apenas para tentar ordenhar mais dinheiro em cima de uma franquia que claramente e infelizmente está perdendo o gás.

 Em nenhum momento o filme passa a sensação de urgência. Os personagens só estão lá na viagem, e navegam, enfrentam um perigo... navegam... A trama falha em passar uma sensação de que algo estava em jogo de verdade.


 As cenas de ação pendem mais para o humor do que entusiasmo e energia. O espectador assiste, dá umas risadas mas não passa disso porque em nenhum momento os personagens estão em uma situação de desafio real. Só estão lá para causar umas risadas na audiência. As famosas lutas de espadas? Não passam nem perto deste filme.

 A historia não proporciona nada de novo e mesmo que algumas poucas piadas funcionem, não só disso é feita uma boa trama. Tudo o que o espectador viu nos filmes anteriores se repete, numa tentativa falha de trazer de volta a pegada do primeiro filme:

 - Um casal de protagonistas com boa aparência protagoniza.
 - O protagonista livra Jack da prisão porque ele precisa do pirata.
 - A busca por um artefato que ajudará os personagens.
 - Um vilão novo (com potencial desperdiçado) que busca Jack Sparrow por alguma razão.

 Falando em Jack, o filme traz dois estrondosos problemas com relação a ele.

 Primeiro: O Capitão foi resumido a um pateta que só aparece na tela para fazer alguma bobeira ou para resmungar algo. Ele bagunça as palavras mais do que o normal desta vez e é apenas um bobo da corte em vez de ser o homem excêntrico e esperto que engana as pessoas com seus planos e acordos.


 Em A Vingança de Salazar ele está apenas de carona, suas cenas são apenas pra fazer alguma graça, numa historia em que ele nem sequer faz diferença. Resumidamente, ele tornou-se um Didi Mocó pirata.

 Segundo: Decidiram mostrar a historia de origem de Jack... em 5 minutos. Tempo suficiente para destruir todo o mistério a respeito de como ele veio a se tornar o famoso pirata.

 Ignorando toda a continuidade da franquia, é mostrado que ele conseguiu a bússola de um capitão aleatório, sendo que no segundo filme a Tia Dalma diz que Jack obteve este artefato dela. E ao final, os tripulantes do navio presenteiam Jack com todos os itens que ele usa em seu visual, apresentando uma origem forçada e que ao mesmo tempo destrói todo o mistério que os fãs tinham a respeito de como ele se tornou tal pirata.

 Em vez das coisas que ele usa serem itens de suas dezenas de aventuras, são coisas que alguns piratas deram como "tributo", todas de uma vez.

 O vilão é inovador, mas mal executado. Salazar, graças a Bardem, demonstrava potencial para ser um vilão forte no nível de Davy Jones. Mas no mesmo filme em que ele é introduzido, o capitão é vencido numa disputa final ridícula numa corrente de âncora. Este é um problema com os blockbusters atuais, ninguém tem visão nenhuma de criar um vilão forte. Só querem fazer algo pipoca e fácil.



 O final do filme é apressado pois quando os personagens chegam na etapa final da "aventura", tudo acontece rapidamente numa luta final que não desperta nenhuma emoção porque o espectador não se conectou com nenhum dos personagens novos.

 Outro elemento que a historia peca é a conexão dos personagens. O sacrifício de Barbossa no final ao revelarem que Carina é sua filha não foi bom porque acontece tudo muito rápido e "do nada", parece que simplesmente jogaram aquilo no roteiro só por jogar. Outra oportunidade grande era aproximar Jack de Henry, dada a historia que o pirata tem com os pais do rapaz, mas nem isso o roteirista considerou fazer.

 Nem mesmo a morte de Barbossa consegue salvar o final. Para contribuir, quando Carina descobre que ele é seu pai, 5 minutos depois já assume o sobrenome "Barbossa" como se ele tivesse feito alguma grande diferença na vida dela, mas acabou saindo de um jeito ridículo no nível do El Diablo chamando o Esquadrão Suicida de "família".

 Para colocar a cereja neste bolo bagunçado, Will Turner que foi totalmente hypado pela produção, aparece por 5 minutos, no começo e no final. Ele nem sequer surge para lutar junto com os piratas quando seu filho é possuído por Salazar. Turner não faz nada mais interessante do que abraçar Elizabeth Swann nos momentos finais como se fosse um presente do roteirista para os fãs, mas tudo que aconteceu para este momento existir foi feito sem inspiração ou sensação de recompensa.

 Mas apesar de todas essas coisas ruins, o filme tem um visual bom, a CGI é bem feita, a trilha sonora é boa e Henry Turner tem potencial para ser um bom protagonista, tudo que ele precisa é de um roteirista que faça um filme digno.

 Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar tentou trazer de volta a pegada do primeiro filme mas acabou ficando sem identidade própria, demonstrou desgaste na franquia e usou todos os seus personagens de forma ruim. Ele é bom pra passar o tempo e diverte em poucos momentos? Sim. Mas nem as referências aos filmes anteriores salvaram. É, sem dúvida, o pior da franquia. Nota 4/10.

P.S. Queridos leitores, eu sou um grande fã de Piratas do Caribe e realmente fiquei chateado por não ter gostado deste filme. Mas se eles trouxerem mesmo o Davy Jones do nada (como mostraram na cena pós-créditos) só porque ele é um "favorito dos fãs" eu vou ficar pistola demais. Já aviso!

8 de julho de 2017

Senta que lá vem resenha: Homem-Aranha: De Volta ao Lar

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 Homem-Aranha: De Volta ao Lar é um filme de ação/super herói produzido pela Marvel Studios, Columbia Pictures e distribuído pela Sony. É dirigido por Jon Watts e em seu elenco temos Tom Holland (Peter Parker/Homem-Aranha), Jacob Batalon (Ned Leeds), Laura Harrier (Liz Allan), Tony Revolori (Flash Thompson), Zendaya (Michelle), Robert Downey Jr (Tony Stark/Homem de Ferro), Marisa Tomei (May Parker), Jon Favreau (Happy Hogan) e Michael Keaton (Adrian Toomes/Abutre).


 Mesmo após cinco filmes (entre eles um reboot) do Aranha no passado, é reconfortante ver o quão bem fizeram uma historia diferente para o MCU. Neste ele está na escola, inexperiente e é o Aranha mais jovem apresentado até então e isto é importante, pois o objetivo é mostrar como aquele garoto do Queens se tornou o maior herói do universo Marvel.

 Graças a Jon Watts temos um "filme adolescente" bem escrito, com jovens que agem de forma natural e este é um dos grandes trunfos: a sensação de que é uma historia no estilo do grande diretor John Hughes, com pitadas do universo Marvel, super poderes e humor. Foi isso que colaborou para a criação de um filme diferente e bem-vindo.

 O filme faz bom uso de cores, o que reflete os gibis antigos em que aplicavam os mais variados tons nas ilustrações e foi uma decisão muito boa. O Aranha não é um herói que vive num lugar obscuro e cheio de sombras. Nova York com o aracnídeo tem uma ambientação incrível e passam muito da vida no universo Marvel.


 O Aranha em De Volta ao Lar passa a maior parte da historia buscando aprovação de Tony Stark. Peter constantemente tenta mostrar que é digno de um lugar na equipe, mas ele custa a entender que não é questão disso, mas sim de ganhar experiência como combatente do crime e crescer como pessoa e herói.

 Peter/Aranha é o melhor Aranha já caracterizado em filme (com merecidos elogios à Tom Holland), seu lado nerd cientista/herói da vizinhança foi retratado fielmente. Ele é inteligente e chega a surpreender Tony em certos momentos, mas precisa trabalhar seu lado heroico e isto é mostrado conforme o vemos (vestido de Aranha) interagindo, pulando por lugares e defendendo pessoas.

 Suas cenas com o uniforme são bem feitas e divertidas, além do CGI ser caprichado. Em nenhuma delas ficou aquela sensação de que o filme estava arrastado, pois é assim que é o espírito do Homem-Aranha, alguém que gosta de ser um herói ajudando o "povão" e que sente orgulho no que faz.

 Ele em certo momento sente dificuldade em escalar uma parede, cai ao balançar com as teias e tende a entrar em lutas sem pensar/analisar a situação como deveria. Todos estes erros de um herói novato ajudarão o personagem a crescer e darão ao espectador a oportunidade de vê-lo evoluir.

 Um detalhe especial para o momento em que Peter fica preso nos escombros e tem que usar toda a sua força para sair de lá por si mesmo. Além da demonstração da ótima atuação de Tom Holland, é um momento importante de crescimento tanto quanto do garoto como do herói.


 O núcleo de colegas da escola de Peter é um elemento necessário para construir este mundo em que ele vive, principalmente seu melhor amigo, Ned Leeds, que dá apoio a ele. São pessoas que agem como adolescentes reais, Flash perturbando o Peter, ensaios de banda, disputas estudantis, tudo isso serve para compor o mundo do protagonista de maneira concisa e natural. Todos os atores tem química uns com os outros.

 Adrian Toomes ou Abutre é um personagem bem escrito com motivações simples, ele precisa ganhar dinheiro para sustentar sua família devidamente, não tem nada relacionado a dominação mundial em jogo. Keaton transmite bem a crueldade do vilão, conseguindo fazer com que o Abutre não fosse uma piada. A cena de Toomes de Peter dentro do carro é tensa e mostra o quão medonho o vilão pode ser.

 Tony Stark não atrapalha o desenvolvimento da trama (como muitos dramatizaram ao ver os trailers), ele atua como um mentor para Peter, tentando colocar o jovem num caminho para se tornar um herói melhor do que ele próprio é. Tony funciona como um direcionamento para a parte heroica do Aranha enquanto sua parte humana segue o que sua tia (e tio) ensinaram.


 A decisão de "atualizar" o uniforme do Aranha incluindo diversas tecnologias foi diferente e interessante. É compreensível que Kevin Feige quis dar uma nova direção ao herói para sair do padrão, mas Peter devia aprender muita coisa por si mesmo para ganhar experiência naturalmente. Apenas os próximos filmes dirão como será essa interação do protagonista com a I.A do uniforme.

 As cenas de ação com o Aranha e o Abutre são boas e bem feitas, mas poderiam ser melhores. O vilão se concentra no ar e ataca rapidamente, mas faltou aquela sensação de que tinha algo em jogo de verdade, principalmente na luta final.

 O filme dá a impressão de que diminuíram um pouco a habilidade do Aranha, pois em Guerra Civil ele luta contra Bucky e Falcão sem grandes esforços. Mas pode-se levar em conta de que a dificuldade de lutar contra um inimigo enorme que voa é maior para o inexperiente Aranha que agora está por ele mesmo em Nova York, o que colabora em um nível de estresse maior.

 O tema principal está lá na montagem do logo da Marvel Studios e é incrível. Porém a trilha sonora dentro do filme não traz nenhum tema marcante ou forte. Na luta final, repetem tantas vezes a mesma parte do tema do vilão que chega a cansar.

 A personagem Michelle ser a MJ foi bem colocado, porém deviam utilizar o nome completo dela: Mary Jane. Não fazer isso dá a impressão de que quiseram enganar o telespectador de maneira fácil chamando-a por outro nome. Zendaya como MJ do MCU é uma ideia muito bem-vinda e serve não só para se distanciar dos filmes antigos como também para ter uma representatividade ainda maior, em um elenco ótimo e diversificado.


 Todo o universo e os personagens são incríveis e a historia segue um padrão simples: o protagonista quer provar seu valor, recebe uma lição de moral que muda sua visão e com isso ao final amadurece e começa a traçar seu próprio caminho.

 Homem-Aranha: De Volta ao Lar é um filme ótimo que retrata com respeito seu protagonista. Traz ao espectador uma nova visão do Cabeça de Teia, é divertido, diferente, com personagens carismáticos e um Peter em processo de evolução para no futuro tornar-se um grande herói. Nota 9/10.

3 de junho de 2017

Senta que lá vem resenha: Mulher-Maravilha

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 Mulher-Maravilha (Wonder-Woman ou WW) é um filme americano do gênero ação/super-herói baseado na famosa heroína da DC Comics. É dirigido por Patty Jenkins com roteiro escrito por Allan Heinberg. Em seu elenco temos Gal Gadot (Diana Prince/Mulher-Maravilha), Chris Pine (Steve Trevor), Robin Wright (Antiope), Danny Huston (General Erich Ludendorff), David Thewlis (Sir Patrick Morgan/Ares), Connie Nielsen (Rainha Hippolyta), Elena Anaya (Isabel Maru/Doutora Veneno), Lucy Davis (Etta Candy), Saïd Taghmaoui (Sameer), Ewen Bremner (Charlie) e Eugene Brave Rock (Chefe).


 Desde a recepção negativa/mista de Batman v Superman, WW ficou com a tarefa de reerguer a esperança no DC Extended Universe trazendo uma obra que fosse muito bem recebido pela crítica e público. E o que pode-se notar é que o filme não apenas cumpriu o seu dever, como fez muito mais, trazendo uma historia de origem caprichada com uma heroína forte e inspiradora.

 Parte disso deve-se à Gal Gadot. Muito melhor como atriz desde sua época em Velozes e Furiosos, ela é expressiva e adiciona muita personalidade nas cenas em que participa devido ao seu carisma. A atriz passa confiança no papel, sejam em cenas dramáticas ou com ação, ela demonstra estar à vontade e isto fez o filme ficar ainda melhor de assistir.

 É muito bom ver uma produção deste nível, numa sociedade em que são necessários filmes com personagens femininas fortes que são capazes de inspirar esta geração de meninas. Mulher-Maravilha mostrou que há espaço enorme para esse público e que uma heroína é tão importante quanto um herói, ou até mais, por conta da representatividade num gênero cinemático dominado pelo sexo masculino. Gadot passa essa força como atriz e também como personagem.


 Mulher-Maravilha não é qualquer coisa. É um filme que abriu as portas para mais historias atuais centradas em personagens femininas, sejam estas da DC Films, Marvel Studios ou de qualquer estúdio. É absolutamente e incrível que isto tenha acontecido justamente com a amazona mais famosa do mundo.

 O roteiro é bem direto. Steve cai em Themyscira, ele aprende sobre as Amazonas, Diana viaja com ele para a guerra, ela aprende sobre o mundo humano e os horrores que são capazes e estabelece que seu objetivo é matar Ares, que está influenciando a humanidade. O que define este filme como uma boa historia de origem é que evolui Diana a todo momento, fazendo ela ver os horrores e as tristezas da guerra frente à frente e isso mostra a boa pessoa que ela é, pois ela apenas quer salvar todos que estão sofrendo.

 Não apenas tem um roteiro bem escrito, como um visual de encher os olhos. A ilha paraíso Themyscira é lindíssima de ver, a cinzenta Londres e também os locais onde a guerra acontece demonstram o capricho e a dedicação que a equipe de Patty Jenkins depositou na produção do filme.

 Este filme segue a ideologia dos filmes do DCEU fazendo a pergunta: "o mundo é simplesmente branco e preto?". O roteiro usa a própria Diana para responder que não. O mundo tem esperança porque existem pessoas que querem fazer o bem para a humanidade. E isso é o grande trunfo dos heróis da DC acima de outros, eles incorporam um ideal muito maior do que eles mesmos e passam esse ideal em frente, seja para os leitores dos gibis ou para os espectadores.


 A química da protagonista com Steve vem graças à Gadot e Pine. Sempre que os dois estão juntos na mesma cena é garantia de que será divertida de assistir. Sejam nos momentos com certa tensão sexual ou mesmo em que Steve ensina Diana sobre o mundo humano (ou vice versa), os dois atores fazem um ótimo trabalho tornando estes personagens amáveis ao público.

 As cenas de ação são uma obra à parte. O jeito que as Amazonas lutam é magnífico. E deve-se fazer uma menção obrigatória para a parte na "Terra de Ninguém" onde Diana toma a dianteira da luta e avança em cima das tropas inimigas com sua força e habilidade. Este momento é facilmente uma das melhores sequências de ação já feitas em um filme de super-herói e que ficou ainda melhor com o tema principal da personagem.

 Ares é um clássico vilão de blockbuster que aparece no final para a grande luta. A grande guerra não acontece por causa dele, o deus apenas influenciou a humanidade colocando pensamentos e deixou-os fazer o resto. Após matar Ludendorff (o falso vilão), Diana aprende que o deus da guerra não era completamente culpado disso e tem um diálogo MUITO importante com Steve sobre a humanidade e como também podem ser capazes de fazer coisas horrendas por si mesmos.

 O melhor elemento do vilão é o plot-twist em que o Sir Morgan na verdade era a real ameaça. A luta dele com Diana é o clássico "venha para meu lado ou morra" mas funciona como um forte clímax para a conclusão do filme. Não só envolvendo a protagonista e o vilão, mas também o plano de Steve e seus companheiros.

 Falando na luta final, foi divertida de ver mas não foi a melhor parte do filme. Os golpes e as explosões estão lá, mas Mulher-Maravilha é sobre a jornada de Diana no mundo dos homens e o crescimento dela, o final foi uma cereja num bolo que já estava perfeitamente montado.

 Com a derrota do deus da guerra, Diana entende inteiramente quem ela é e aprende que por mais que ela tenha conseguido derrotá-lo, a guerra não acaba do nada, mas através de grandes sacrifícios. Ela entende o que Steve fez para a humanidade e enxergou o altruísmo em seu coração, mas por causa de tudo que ela viu, Diana se afastou da humanidade até os eventos de BvS.


 A CGI não é ruim, várias cenas impressionam, mas em alguns momentos estava óbvio que os personagens eram modelos 3D e na luta final, Ares ficou estranho em algumas cenas. Isto não atrapalha a experiência do filme pois são cenas rápidas, mas não foram sutis o suficiente para evitar serem notadas.

 Outro ponto, é que os vilões, Doutora Veneno e Ludendorff foram tratados um pouco por cima, sem muita explicação do porquê o general precisava daquele gás para ficar forte ou se apenas era um elemento para enganar o espectador até a revelação do verdadeiro vilão.

 Mas, o que pode ser dito com razão é que o futuro dos filmes da DC ainda tem uma enorme esperança de serem sempre bem recebidos. Com a união de Geoff Johns (roteirista dos quadrinhos) e Jon Berg (vice-presidente da Warner) na supervisão dos filmes do DCEU e após o sucesso de WW, os fãs podem suspirar aliviados porque coisas boas estão vindo.


 Mulher-Maravilha é um grande filme, representa com respeito e maravilha (há) uma heroína feminina muito necessária hoje em dia. É divertido, a historia é bem escrita, as cenas de ação são ótimas e seu final mostra uma protagonista altruísta e importante tanto para a DC quanto para o mundo real. Nota 9/10.

29 de abril de 2017

Senta que lá vem resenha: Guardiões da Galáxia Vol. 2

Um comentário :
 Guardiões da Galáxia Vol. 2 é um filme americano do gênero super-herói, produzido pela Marvel Studios e dirigido/escrito por James Gunn. No elenco temos Chris Pratt (Peter Quill/Senhor das Estrelas), Zoe Saldana (Gamora), Dave Bautista (Drax), Bradley Cooper (Rocket Raccoon), Vin Diesel (Baby Groot), Michael Rooker (Yondu Udonta), Karen Gillan (Nebulosa), Pom Klementieff (Mantis), Elizabeth Debicki (Ayesha), Sean Gunn (Kraglin), Chris Sullivan (Taserface), Sylvester Stallone (Stakar Ogord/Águia Estelar) e Kurt Russel (Ego). Este texto tem spoilers.



 Na cena de abertura nota-se como os Guardiões tem uma química bem melhor comparada com o primeiro filme. Eles estão juntos há quatro meses e isso é visto na interação do grupo e como são capazes de zoar enquanto passam por uma situação perigosa.

 É totalmente esperado deste filme que a maioria das situações terão piadas e isto não é um problema. Assim como o primeiro foi feito com o fator humor em primeiro lugar, este também, mas funciona melhor porque o fãs conectaram-se ainda mais com os personagens no espaço de tempo entre os dois filmes.

 O timing da piadas é inferior ao primeiro, parte disso vem porque no Vol. 2 colocaram muito mais, mas isso não influenciou na qualidade pois a maioria delas são engraçadas e funcionam nos momentos corretos.

 O desenvolvimento dos personagens através de diálogos é notável. Existem momentos com Yondu/Rocket, Gamora/Nebulosa que foram muito importantes e mudam o jeito de pensar ou agir dos personagens, como no caso de Nebulosa, que apenas queria uma irmã e não uma adversária.


 As cenas de ação estão maiores e mais coloridas. Momentos criativos como Rocket contra os Saqueadores, a cena inicial de abertura e o ato final enchem os olhos porque o espetáculo é incrível e a trilha sonora em volume alto colabora para uma grande experiência.

 A trilha sonora, mais precisamente a Awesome Mix Vol. 2, é muito boa. Infelizmente ela não tem aquela música que marca no nível de Hooked on a Feeling, mas ainda é uma seleção de muita qualidade e é infinitamente melhor que a trilha sonora original feita para o filme.

 O problema onde poucas músicas originais do MCU são boas (tirando o tema dos Vingadores) ainda existe com Guardiões 2, os temas são esquecíveis e no final todos estarão elogiando apenas a Awesome Mix 2.


 Este provavelmente é o filme mais bonito do MCU, visualmente. Todo cenário apresenta uma junção de múltiplas cores que enchem os olhos. Os diferentes planetas, naves, as cenas de ação... tudo é muito colorido e vivo, o que faz a experiência no cinema ser mágica. Este elemento pode ser notado com maior ênfase no planeta do Celestial Ego, o pai do Senhor das Estrelas. 

 Ego é um dos melhores vilões da Marvel, pois é um ser interessante que "criou a si mesmo" e começou a evoluir sozinho. Além disto, a forma que ele conta a sua jornada para descobrir vida e revela seus nefastos objetivos, deixa o espectador surpreso porque nunca imaginariam que ele, um ser aparentemente bom e carismático (graças a Kurt Russell), seria capaz de fazer tais coisas.


 A relação dele com Peter é a clássica historia "pai encontra filho e tenta se reconectar" mas com uma dose da loucura do mundo espacial do MCU. Ego ensina a Peter o que ele é capaz de fazer sendo um Celestial.

 O personagem Yondu é uma das melhores partes do filme porque ele é escrito muito bem. Ele está infinitamente melhor do que no primeiro porque o roteiro faz o espectador se importar com o personagem e conhecer muito mais dele, o que serviu para aumentar o impacto ao final da historia.

 Infelizmente o filme tem momentos que incomodaram. Em certo ponto, Ego faz uma revelação brusca à Peter sobre sua mãe que não tinha nenhum motivo para ser feita naquela hora. A única coisa que aquilo serviu foi para mover a trama para frente numa estratégia apressada e que enfraqueceu o roteiro.

 Outro elemento fraco é Drax, que após uma cena de ação no começo do filme, protagonizou 80% dos momentos humorísticos na historia, fazendo dele o alívio cômico da vez. O que encaixaria melhor em Baby Groot, que é adorável e tem um jeito inocente de fazer todos rirem.


 Guardiões da Galáxia, Vol. 2 é um filme feito para divertir com seus personagens bem desenvolvidos. O roteiro é simples, mas tem uma historia melhor centrada do que Guardiões 1. Mesmo com muitas piadas, emociona na hora certa e consegue ser superior ao primeiro. Nota 9/10.

29 de março de 2017

Senta que lá vem resenha: Power Rangers

Um comentário :
 Power Rangers é um filme americano do gênero super-herói/ação/drama, foi escrito por John Gatins e dirigido por Dean Isarelite. É um remake da série de mesmo nome e em seu elenco temos Dacre Montgomery (Jason Scott/Vermelho), Naomi Scott (Kimberly Hart/Rosa), RJ Cyler (Billy Cranston/Azul), Becky G (Trini Kwan/Amarela), Ludi Lin (Zack Taylor/Preto), Bill Hader (Alpha 5), Bryan Cranston (Zordon) e Elizabeth Banks (Rita Repulsa).


 Se este filme tivesse apenas momentos legais de amizade e cenas de ação "massa" já compensaria. Mas o espectador foi recebido com desenvolvimento de personagens bem medido e feito de forma real, piadas em momentos certos e um final com boas cenas de ação. A maior parte do desenvolvimento deve-se ao fato de que os cinco atores contam com uma química muito boa. Por causa disso é possível ver uma construção real de amizade entre eles e que no final fez todo mundo simpatizar e se importar com tudo que passavam.

 Uma ótima estratégia foi fazer os Rangers morfarem apenas quando tiverem se conhecido e construído uma amizade de verdade, porque apenas assim teriam um entrosamento sincero para derrotar a vilã. O filme é como um Clube dos Cinco... com poderes.


 O que realmente chama a atenção é que nenhum dos protagonistas se destaca mais que o outro. Alguém pode ter um Ranger favorito, mas todos eles tem traços de personalidade exclusivos e são bem escritos. Todos carregam problemas e responsabilidades reais e é isso que faz esse filme ser tão bom nesse quesito.

 Um dos melhores momentos acontece quando eles se reúnem em volta de uma fogueira e começam a se abrir uns com os outros e a se conhecerem, assim como em Clube dos Cinco. Isto funcionou porque é nessa hora em que se conectam de uma forma sincera e especial.


 Rita Repulsa é uma "vilã de blockbuster" básica, mas ela funciona no filme porque o carisma de Elizabeth Banks garante que esta versão seja tão divertida de assistir quando a da série. Principalmente quando ela entrega uma frase clássica (que não será dita aqui para não estragar a surpresa).

 Zordon e Alpha são os grandes guias dos Rangers, mas o robô tem uma tarefa expandida nesta versão, ele treina os jovens para lutar quando a vilã chegar. Zordon os ajuda com sua sabedoria e ensinamentos sobre o que devem fazer para tornarem-se heróis completos e unidos.

 As cenas de ação demoram um pouco para acontecer, mas tudo pela razão de evoluir os personagens para fazê-los merecer aquele momento. Quando as lutas acontecem, o espectador já mergulhou na historia e então a cada pancada e falha que vivenciam, é possível se conectar muito mais e torcer pelos Rangers.


 O fator nostalgia faz essas cenas tornarem-se melhores do que realmente são, com os Zords pulando e lutando. Mas elas não deixam de ser algo normal pros padrões atuais, onde o espectador já está acostumado a ver explosões e prédios sendo destruídos. Faltou um pouco mais de ação no solo com os heróis. É divertido vê-los no filme, mas seria mais legal se tivessem lutado sem os Zords por mais tempo.

 A trilha sonora original é um ponto fraquíssimo. Em vários momentos as músicas mostraram-se sem inspiração, sendo que o espectador não se lembrará de nenhuma além da clássica música de abertura que pode ser ouvida em certo momento no filme.

 Power Rangers é um filme ótimo, com personagens bem escritos e boas cenas de ação com os Rangers e os Zords. Fiquemos atentos, porque a Saban planeja mais 5 sequências. Nota 8/10.