24 de fevereiro de 2014

Senta que lá vem resenha: RoboCop (2014)

3 comentários :
 É, pessoal, chegou a hora de conferir se esse filme realmente valeu ou não a pena (em minha humilde opinião), então preste atenção e fique tranquilo, está livre de qualquer spoiler. Veja esse filme sem lembrar do clássico, veja de mente aberta e somente espere algo legal, vai te surpreender muito.


 RoboCop é um filme americano de ficção-científica dirigido pelo saudoso José Padilha (só o cara por trás dos dois "Tropa de Elite") e é um remake do clássico filme de 1987, no elenco estão Joel Kinnaman (Alex Murphy/Robo), Abbie Cornish (Clara Murphy), Jack Earl Haley (Rick Mattox), Michael K. Williams (Jack Lewis), Jennifer Ehle (Liz Kline), Jay Baruchel (Tom Pope), Marianne Jean-Baptiste (Chefe de Polícia Karen Dean) e nomes bastante conhecidos, como Garyl Oldman, um dos meus atores favoritos (Dr. Dennett Norton), Michale Keaton (presidente da OmniCorp Raymond Sellars) e Samuel L. Jackson (Pat Novak).

 Logo no começo já somos inseridos a um mundo que convive com drones, uma sociedade acostumada a conviver com eles, nesse momento Padilha procura situar o espectador para entender a sociedade futurística (precisamente 2028) em que a história do filme é ambientada.

 O elenco inteiro cumpre seu papel MUITO bem, eu não vi nenhum tipo de atuação forçada vindo de nenhum deles, o diretor soube escolher muito bem cada elemento do elenco, para assim tornar as coisas ainda melhores. Menções honrosas para Kinnaman que está muito bem no papel, ainda mais nas cenas que precisa interpretar só com o rosto como única forma de movimento.


 As críticas, marcas da direção de Padilha, estão presentes em vários momentos do filme, assim como a imagem explícita de corrupção. Ele faz questão de mostrar que nenhum país é livre dela, mesmo que bem escondida, mais cedo ou mais tarde ela virá a tona. As críticas aos grandes monopólios também estão lá, o diretor nos faz ver como os magnatas conseguem mexer com a cabeça das pessoas, como tudo rola por trás dos "bastidores", tudo em visão da conquista maior: o lucro. O que os leva até a decisões completamente desumanas.

 Comentário exclusivo ao programa sensacionalista de Pat Novak (não duvido que Padilha tenha se inspirado em programas, tipo o do Datena, para esse elemento do filme), lá ele nos mostra como a mídia pode ser manipuladora e aproveitadora de qualquer situação, junto disso aproveita para cutucar também o governo dos EUA, ainda mais em um momento específico do filme, em que a ironia reina sobre as câmeras. Entendo muito bem porque os gringos não gostaram do filme, ele pisa bem no calo americano.


 Algo que gostei também é que esse remake nos dá uma boa ideia do que a família de Alex Murphy está passando, o original de Paul Verhoeven não dava tanta atenção a família (isso foi deixado para o 2) o que achei um adendo bem interessante a esta reimaginação, com certeza. Além de adicionar um grau de drama ainda mais profundo para o dilema de Murphy, o homem que está eternamente preso a uma máquina, numa decisão que fizeram sem perguntar diretamente a ele e que mudou sua vida para sempre.

 Não gostei de poucas coisas no filme, como algumas cenas se passando rápido demais e uma cena de ação com tanta coisa acontecendo que cheguei a me confundir um pouco vendo na telona, mas nada que deixe a obra como um todo ruim. Apesar de abandonar o humor negro do filme clássico, ele aposta mais nas críticas irônicas aos vários núcleos americanos, o que também funciona.


 A trilha sonora de Pedro Bromfman cumpre o seu papel no filme, apesar de dar uma atualizada ao tema principal, senti falta de músicas mais marcantes como o clássico (com Basil Poledouris) nos deu de bandeja em vários momentos, acredito eu que esse foi um dos poucos pontos negativos que notei no filme. Mesmo porque, o tema principal é tocado num dos momentos mais irônicos do filme, deixando assim um tom meio confuso no ar.

 Eu achei esse filme um dos melhores, se não o melhor remake contemporâneo já feito de um filme que marcou época, o clássico de 1987 estará sempre em meu coração (ainda acho ele superior ao remake), mas o filme de Padilha é uma lição para toda Hollywood de como se faz um remake com qualidade, que não desonra em nenhuma forma o original e que nos dá uma trama completamente revigorada e interessantíssima de se ver.



 E o melhor, tudo isso feito por um diretor brasileiro. Portanto, se ainda não assistiu o filme, pode ver sem medo, garanto que gostará.

3 comentários :

  1. Ainda mais ansioso pra ver isso aí! A gente já contava com essa do remake não ser tão bom quanto o filme original, mas já que honrou ele bonito... tá mais que bom! xD Btw, ótimo texto, Colosso.

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  2. Muito bom! Eu sou fã do Robocop desde criança, mas conforme fui crescendo vi com outros olhos, o que foi ótimo.
    Realmente gostei muito do novo robocop. Muitos dizem que não gostaram, mas quando perguntei o porque, eles não sabem me dizer sobre o que era o Robocop de 1987! Eles não vêem a obra que é a critica gigantesca que é o filme (o que acho engraçado, porque logo quando criança, já vi muitas coisas no filme...) e só olham um robô atirando!.

    Eu saí super satisfeito do cinema, porque quase tudo que gostaria de ver estava lá! desde o design da roupa (que minha esposa me deu como presente o boneco!) ou a tristeza que o filme mostra ou a sensação de revolta e injustiça.

    Gostei muito o que você disse sobre os americanos não gostarem do filme, por atingir o calo deles!

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