30 de setembro de 2015

Senta que lá vem resenha: Metal Gear Solid V - The Phantom Pain

Nenhum comentário :
 São raras as vezes que temos a oportunidade de jogar verdadeiras obras primas do mundo dos games e digo que essa é uma daquelas chances que você (ainda mais como um fã) não deve deixar de passar na sua vida.


 Metal Gear Solid V: The Phantom Pain é um jogo de ação/furtividade produzido pela Kojima Productions e totalmente idealizado por Hideo Kojima. Foi lançado neste ano pela Konami para PS3/4, Xbox360/One e PC. Ele serve como continuação da história do soldado lendário, Big Boss, que após um coma de 9 anos continua sua saga para se vingar e reconstruir sua base, após ela ter sido atacada no jogo anterior, Ground Zeroes.

 O desenvolvimento da história em MGS V é bastante diferente dos jogos anteriores. Enquanto os antigos servem mais como uma experiência cinemática misturada com gameplay, contendo diversas cenas com mais de 10 minutos de duração, V se concentra bem mais no jogo e decide abordar a história de uma forma mais livre.

 Como o jogo é baseado em operações militares, nós temos uma sensação de como é o dia a dia de uma base militar, conforme visitamos nossa base, uma cena é exibida mostrando a evolução de certos elementos do jogo. Outro detalhe é a incrível evolução gráfica da série, The Phantom Pain mostra gráficos de cair o queixo, com personagens altamente detalhados, efeitos de partículas lindos e detalhes dos ambientes bastante caprichados.

Big Boss e Kaz

 Uma coisa podemos ter certeza, em todas as dezenas de pequenos detalhes que a KojiPro colocou no jogo, a mudança de personalidade dos personagens que sofreram no ataque no jogo anterior, como Kazuhira Miller, está muito bem feita. Ele é o que mais sofreu com tudo isso e se tornou alguém cheio de raiva que não confia em quase ninguém, muito diferente de sua personalidade em Peace Walker.

 Graças à Fox Engine e a captura de movimentos, as emoções dos personagens são passadas de forma muito mais profunda e poderosa. A mudança do dublador do Boss (antes era David Hayter), que agora é Kiefer "Jack Bauer" Sutherland, foi muito bem-vinda. Enquanto a anterior não era ruim, a de Sutherland serviu pra adicionar mais humanidade com um toque a mais de realidade na voz do protagonista.

 Todo esse tema de vingança é bastante explorado no jogo, com o Boss e Kaz indo atrás daquele que orquestrou todo o ataque, Skull Face. Mas será que existem mais elementos em toda a história no passado desse vilão?


 Claro, temos também as cinemáticas no começo e no final das missões, como um bom jogo aberto deveria ter. Mesmo não sendo tão longas, o jogo compensa dando bastante plano de fundo pro que está acontecendo nas fitas cassete que liberam após você passar certas missões da história. Então, se quiser ficar mais esperto com relação à toda história de MGS V, OUÇA AS FITAS!

 De longe, o gameplay desse jogo é o melhor da série. Se nos anteriores tínhamos controles confusos, no V tudo é superado. Kojima aprendeu muito em como desenvolver um sistema ótimo de combate e criou uma das melhores experiências que eu já tive com um jogo. É completamente prazeroso acabar com um posto cheio de inimigos, "fultonando" (trazendo eles para sua base através de balões) todo mundo, ou matando, pois é você quem decide como vai invadir uma base, se é no modo silencioso ou no modo rambo.

O mundo do jogo é enorme, você tem a capacidade de bolar qualquer estratégia que quiser para invadir algum lugar, destruir algo ou matar um alvo.
 Podemos atacar de dia ou de noite, mas fique atento, pois se o jogador ataca mais de noite, eles começarão a usar óculos de visão noturna e reforçar a segurança, por exemplo. Conforme você avança no jogo, os soldados vão adaptando-se às suas estratégias e com o passar do tempo, eles vão usar armaduras e armas mais pesadas para te parar a todo custo.

 Muitos reclamam em como o mundo é vazio, mas eu concordo apenas em partes, sendo que estamos numa zona de guerra, é normal não vermos pessoas andando pelas estradas ou coisas do tipo. Mas eu acho que poderia ter mais bases, talvez mais escoltas fazendo rondas pelos lugares e missões paralelas que surgem do nada, como GTA V.

 Uma das mais incríveis inovações é que podemos visitar a Mother Base (apesar dela ser meio vazia) e interagir com nossos soldados. Enquanto você explora seus arredores, eles vão falar com você, pedir para serem treinados, enviados numa missão, pedir mais plantas medicinais ou até mesmo sugerir que você crie mais instalações para a base.


 Outro detalhe bem bacana da Mother Base é que ela é dividida em várias unidades e cada uma delas tem seu próprio papel:

- Combat Unit pode enviar soldados para expedições em busca de recursos, recrutas ou para enfraquecer o inimigo.
- R&D Unit produz armas, roupas, itens para o jogador.
- Base Development Unit processa recursos, plantas, combustíveis que achamos pelo mapa para o jogador usar.
- Support Unit ajuda o jogador enviando recursos no campo de batalha, criando distrações, bombardeando locais
- Intel Unit providencia informações sobre o clima, lugares onde soldados estão e que equipamentos eles estão usando.
- Medical Unit cuida dos soldados feridos que voltaram do campo de batalha.

 Como nem tudo é perfeito, o jogo veio acompanhado de alguns cortes em sua história. Kojima acabou estendendo a produção mais do que deveria, então a Konami decidiu que o jogo seria lançado mesmo assim, porque eles não poderiam arriscar caso desse algum prejuízo. Felizmente, a KojiPro conseguiu criar um final bastante bonito para o jogo.


 Sem dar muitos spoilers, o final nos deixa bastante emocionados. Em um clima de despedida da série, Kojima manda uma mensagem para todos os jogadores, quebrando a quarta barreira de forma incrível e deixando todo mundo com aquele gosto de "quero mais jogos da franquia!". Infelizmente, ele viu que estava mais do que na hora de partir para outros projetos, tendo dedicado quase a vida inteira a uma só franquia, é hora de olhar pra frente.

 Metal Gear Solid V: The Phantom Pain é um dos melhores jogos que joguei, com um gameplay excelente e uma história surpreendente. Recomendo a todos os fãs da franquia, este que se tornou meu jogo favorito juntamente com o terceiro da série.

Nenhum comentário :

Postar um comentário