6 de novembro de 2016

Senta que lá vem resenha: Luke Cage

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 A terceira produção original da Netflix juntamente com a Marvel chegou, mas será que a série de Luke Cage é tão boa quanto as anteriores? Esta resenha tem spoilers, continue por sua conta e risco.


 Enquanto a produção é caprichada, utilizando cenários diferentes e em certas vezes um jogo criativo com cores e ângulos, a historia não surpreende e traz à tona a pergunta: Precisava mesmo de uma série do Cage?

 O protagonista Luke (Mike Colter) é um dos elos mais fracos de todo o elenco. Com sua atuação inspirada nas mais variadas portas, raramente é possível simpatizar com o personagem porque faltam traços de carisma em sua personalidade. Em 90% das cenas ele está com a mesma expressão. O que levanta a dúvida, a Netflix o escolheu o ator apenas porque é parecido com o personagem?

Melhor vilão
 Cottonmouth ou Cornell (Mahershala Ali) é o melhor personagem da série. O vilão não é apenas um gangster, ele tem profundidade e um carisma que apaga todos com quem interage. Nos episódios que seguem, ele e Luke criam uma inimizade/tensão que realmente deixam o espectador ansioso para o grande embate entre os dois.

 O que faz gerar outra questão é a decisão de matá-lo na metade da historia. Sim, mataram o melhor personagem com o intuito de chocar o espectador. Que vem a se provar uma das piores decisões da historia.

 Após Cottonmouth morrer, o vilão da segunda parte da série é introduzido: o fraquíssimo e pífio Diamondback (Erik LaRay Harvey). Em sua primeira aparição, o personagem lembra um capanga qualquer contratado para matar Luke. Ele não tem presença de vilão, é extremamente clichê, com direito a ficar recitando a bíblia em momentos inoportunos e mata qualquer um que ele não gosta.

O fraquíssimo vilão
 A motivação do fraquíssimo Diamondback é pura e simples: "Odeio o Luke Cage porque nosso pai amava mais ele do que eu". Sim, no mesmo episódio em que ele aparece pela primeira vez é revelado que Diamond é meio-irmão de Luke, no maior nível novela mexicana. O que acaba por se mostrar um processo fraco, pois o vilão nunca havia sido mostrado na tela até o episódio fatídico e chegar descarregando várias revelações importantes do enredo, foi um erro grotesco.

 Isso vem a conflitar com o capanga de Diamondback, Shades (Theo Rossi), que prezava todo o cuidado e descrição do mundo pois seu chefe desejava assim. Personagem este que em todo momento tenta passar medo, mas não consegue porque não tem o porte necessário. Shades sempre argumentava para Cottonmouth não ficar obcecado com Luke Cage (Shades queria matá-lo porque ele "se perdeu")... Mas quando o fraquíssimo Diamondback surge, sabemos que ele também tem esta obsessão, chegando a arriscar demais seu status e Shades deixa passar. Por quê?

 Porém, quem matou Cottonmouth não foi Shades, nem o fraquíssimo Diamondback. Foi sua prima e (anteriormente) parceira Mariah (Alfre Woodard). Neste ponto a série queria mostrar Mariah tornando-se uma criminosa definitiva assumindo o lugar de seu primo, Cornell. Mas matá-lo foi um erro gritante, ele era um grande personagem que poderia ser aproveitado no futuro.


 Claire Temple (Rosario Dawson) e Misty Knight (Simone Missick) são boas personagens, mas enquanto Claire é melhor e carismática, a outra não passa a mesma impressão. Em mais de um episódio a atriz faz a mesma expressão de sono em todas as cenas.

 A trilha sonora chama atenção nas cenas da boate de Cornell, que em cada episódio exibe um músico diferente. Cada cantor convidado ao palco trouxe uma personalidade especial para as cenas que lá aconteciam. Infelizmente não pode-se dizer a mesma coisa da trilha original para a série. Em diversas cenas as músicas não eram adequadas e fica difícil lembrar de alguma música específica tamanha a falta de inspiração.

 Mas nem tudo é ruim em Luke Cage. O jeito que série trata o bairro do Harlem como um personagem único dentro da trama foi realmente renovador (saíram daquela claustrofobia de que tudo acontece em Hell's Kitchen).


 Luke Cage é uma série que foi fruto de uma ansiedade em mostrar mais dos heróis as ruas da Marvel antes de Os Defensores. O potencial para algo diferente e grande estava lá mas o caminho simplista e batido foi seguido, após matar Cornell (que tinha uma tensão especial com Luke), colocaram um vilão pobre de forma apressada dentro de uma historia clichê, portanto a série recebe nota 5 de 10.

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