18 de maio de 2015

Senta que lá vem resenha: Mad Max - Estrada da Fúria

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 George Miller voltou para sua franquia e nós agradecemos muito, sendo que este filme já é facilmente um dos melhores do ano e que vai virar referência de cinema de ação no futuro, assim como Road Warrior foi nos anos 80.


 Mad Max: Estrada da Fúria é um filme australiano de ação ambientado num mundo pós-apocalíptico, co-escrito e dirigido por George Miller é o primeiro filme da franquia em 30 anos (os três primeiros foram protagonizados por Mel Gibson) e atua mais como uma re-imaginação do personagem Max Rockatansky (interpretado neste por Tom Hardy). E não, você não terá problema de entendimento se não tiver assistido os antigos.

 Como fã os filmes antigos, eu estava morrendo de saudade de revisitar a Austrália (agora um deserto gigante), das criaturas estranhas, dos visuais insanos e principalmente dos automóveis com designs malucos. Devo dizer que George Miller não nos decepcionou em nenhum desses quesitos e ainda por cima dá uma lição de como fazer um filme de ação de tirar o fôlego.


Vejam essa cena, o caminhão com as caixas de som na esquerda, a explosão no meio, o caminhão na direita, dezenas de carros atrás e o Max vendo a cena de camarote. Tudo isso foi feito DE VERDADE! Sem nenhuma cgi!

 Não tem câmera tremendo, cortes bruscos, mil robôs se arrebentando na tela que não te permite entender nada. O filme é preenchido por várias cenas grandiosas (e longas) de ação, em que os ângulos, a velocidade, a música e principalmente os atores entregam um dos melhores filmes de ação dos últimos tempos e talvez o melhor de 2015! Tanta coisa acontece na hora das incríveis perseguições e você consegue ver tudo perfeitamente.

 Max está espetacular (e como sempre bastante quieto) nesse filme. Mais badass do que nunca, ele é um homem perturbado pela culpa de todas as pessoas que perdeu, apesar dele ter esses pequenos "surtos", o cara ainda sabe muito bem se virar nesse deserto, antro de personagens únicos. Sua cena de luta com Nux (Nicholas Hoult) foi uma das melhores do filme, aliás este último personagem citado é bastante interessante.


 O que eu gostei é como esse filme dá espaço para as personagens femininas, não só as mais novas como Furiosa (Charlize Theron), Esplêndida (Rosie Huntington-Whiteley) ou Toast (Zoë Kravitz) mas também as senhoras de idade tem uma participação muito grande. Que filme você viu senhoras atirando e socando capangas numa perseguição em alta velocidade? 


 Aliás, aquele povinho reclamando de que Furiosa aparecia mais que o Max é meio retardado, né? O que tem de mais uma personagem ser igualmente (ou até mais) badass que um personagem masculino? Além do mais, o Miller mandou MUITO bem nesse balanceamento entre os personagens, principalmente no fato de que as mulheres não necessitam dos personagens masculinos para se salvar ou ter momentos grandiosos, elas são boas por si mesmas.

 O vilão Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne, que também fez um vilão em Mad Max lá de 1979) tem uma presença bastante forte. Tudo que ele diz é verdade para as pessoas de sua Cidadela, ele controla a água/recursos e entrega aos cidadãos quando quer e tira quando quer. É como se ele fosse um tipo de deus, numa religião distorcida.


 Tem uma parte que nós vemos Max se distanciar, acontece alguma coisa bastante barulhenta e ele volta. Sim, não presenciamos o que acontece nessa cena e sabe exatamente por quê? Pois nesse momento, notamos que estamos vendo o filme não pelo ponto de vista de Max, mas sim pelo ponto de vista dos personagens em sua volta, nós e eles estamos presenciando como é estar perto de uma lenda das estradas.

 Além desses detalhes, é um dos filmes mais bonitos que eu já vi, as cores que Miller utilizou, sejam nas cenas de dia com aquele amarelo forte do sol ou a noite meio azulada. Tudo isso faz esse mundo morto brilhar com vida e saltar da tela! Menção honrosa para a cena da tempestade de areia que é simplesmente espetacular.


 A trilha sonora é outro elemento que me marcou bastante. Eu saí do cinema com as músicas ainda tocando na minha cabeça e já cheguei no computador procurando pelas músicas de tão incríveis que são!

 Eu recomendo muito você ver esse filme. Pare tudo que está fazendo agora e vá pro cinema ver um dos melhores filmes de ação do ano. O diretor faz pouco uso de CGI (cerca de 80% do filme foi gravado sem esses efeitos), não atrapalha/exagera em nada, você entende tudo, perde o fôlego e ao seu final, vai amar. É um tapa na cara dos filmes de ação atuais de Hollywood (como Transformers) que não sabem balancear seus personagens e a história num tempo de duração ideal.

 Ao final do primeiro Mad Max, que serviu para impulsionar o personagem, Road Warrior, Beyond Thunderdome e Fury Road funcionam como histórias separadas, pois até mesmo George Miller não tem uma ordem totalmente específica. Uma teoria diz que os filmes são contados como se fossem lendas.

 Uns podem dizer que ele usava uma jaqueta de couro, outros não. Outros que ele era velho ou que era um homem novo, os detalhes exatos podem ter se perdido nas areias, mas os eventos aconteceram. São histórias sobre um nômade louco que cruza o deserto da Austrália marcando a vida das pessoas.

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